Como preparar seus filhos para terem uma relação saudável com o dinheiro!

Caro leitor, recebo diariamente vários e-mails de pessoas preocupadas com o futuro profissional e financeiro dos seus filhos. São pais que na tentativa de facilitar as escolhas, decidem a profissão que caberia aos jovens a decisão. Na maioria das vezes, o critério tomado como base é apenas o monetário. Alguns se Justificam dizendo que os filhos não têm maturidade suficiente para tamanha responsabilidade e que “um dia irão agradecer” por essa influência. Agora, pergunto-lhes: Será que esses pais estão corretos?

Acredito que não!!! Muitos desses jovens poderão se tornar adultos frustrados ou, ainda, mal sucedidos caso tenham sidos direcionados para uma área ou atividade profissional que não lhes suscite interesse e tão pouco amor pela profissão.

Grande parte desses genitores se distancia da família, trabalhando muito, na tentativa de acumular dinheiro para comprarem no futuro um imóvel ou um automóvel para facilitar o inicio da vida matrimonial ou profissional dos seus filhos. A primeira vista é um ato louvável desses pais, mas por trás desse inocente gesto, encontra-se uma armadilha que provavelmente destruirá as reservas financeiras para uma aposentadoria sustentável. Nada contra qualquer ato de bondade a favor de nossos filhos, contudo na maioria das vezes, esses sacrifícios acarretam grandes dificuldades, principalmente para os pais da classe trabalhadora que devem, ou deveriam, ter uma poupança para o futuro quando diminuem o ritmo profissional e passam, ou passariam, a viver das economias acumuladas ao longo da vida.

É uma preocupação diária dos pais quererem prover seus filhos, evitando que eles passem por dificuldades seja ela qual for. Sempre que me perguntam: o que podemos fazer para garantir o futuro das nossas crianças? Respondo: É simples. Deixe-as viverem suas experiências. Preparem o ambiente familiar com muito Amor, Carinho, Educação e Bons Exemplos. E nessa preparação natural na formação dos nossos filhos, um assunto bastante relevante será os ensinamentos sobre educação financeira que devem iniciar a partir dos seis anos de idade. Nesse processo, serão transmitidas as primeiras noções econômicas, as quais mais tarde na fase adulta, contribuirão para que “os nossos pequenos” tenham mais facilidade para lidar com suas finanças. Por esse motivo, um ambiente familiar no qual os pais desde cedo conversam sobre dinheiro, fazem planejamento financeiro, poupam e investem, será mais fácil a percepção da garotada e o desenvolvimento das habilidades necessárias para um planejamento inteligente de uma futura independência financeira. Todo esse aprendizado que a criança terá durante as fases da vida será posto em prática no momento no qual ela precisará “andar com suas próprias pernas”. Entenda que o seu filho não o escuta totalmente, mas, ele o observa diariamente, aprende e executa o modelo visto em casa. Logo, é muito importante que os exemplos venham do LAR. Sobretudo, porque as políticas públicas são insuficientes para formar cidadãos conscientes e auto-sustentáveis.

O fato é que devemos dividir com a escola a responsabilidade na formação social, econômica e política dos nossos filhos para que no futuro possam escolher suas áreas de atuação, não pelo valor do salário ou pelo status social e profissional, e sim, pela afinidade ou paixão pela atividade escolhida que com certeza trará o dinheiro como consequência do trabalho feito com alegria e comprometimento. Lembre-se de que “dinheiro pode até não trazer felicidade, mas felicidade traz dinheiro”.

Existem profissionais em várias áreas que recebem bons salários, contudo vivem endividados porque não sabem fazer uma boa gestão dos seus recursos. Não aprenderam quando criança e agora têm dificuldades em estabelecer metas e prioridades financeiras, são consumistas e não consumidores sustentáveis. Suas finanças estão sempre comprometidas, vivem o momento quando deveriam viver plenamente o hoje e o amanhã, tudo é uma questão de equilíbrio. Pais e escolas devem interagir mais ao invés de “empurrar” a responsabilidade totalmente para um dos lados, e, sobretudo, REIVINDICAR do governo uma contribuição mais ativa nesse processo educacional, negligenciado há muito tempo por nossos governantes. Uma sociedade mais justa será construída somente com a participação deste tripé: Família, escola e governo. E todos visando sempre o bem comum e uma VIDA DIGNA para a sociedade. Até o próximo artigo.

 

Edval Landulfo, Economista, Coach e Educador Financeiro

Artigo publicado no jornal Ei, Táxi agosto 2014

 

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