Enriquecendo seus filhos A Educação Financeira é a chave para criar um futuro próspero para a nova geração

A sociedade brasileira vive um momento de grandes dificuldades e obstáculos na politica e, principalmente, na economia que ocasionaram uma série de mudanças nos hábitos de consumo da população. Independentemente da classe social, o individuo que não tinha o costume de acompanhar, controlar, poupar e/ou investir sua renda vem sentindo de perto os efeitos recessivos e a perda constante do poder de compra da sua família. Algumas empresas demitiram ou fecharam as portas, deixando vários profissionais desempregados ou vivendo de atividades temporárias, e o pior, os empresários estão receosos para investirem no seu negócio por desconhecerem o futuro que os aguardam.

Toda crise tem um inicio, o seu auge e um fim, é apenas um ciclo que surge para profundas reflexões de comportamentos de toda uma coletividade. Quando começarmos a enxergar novas perspectivas e alterações no cenário presente, será um forte indicio de que a turbulência estará findando. Mas, e a reflexão propiciada por esse período será incorporada para evitar futuros erros semelhantes? Escuto nas ruas os comentários mais diversos sobre essa recessão econômica e a culpa parece ser unânime entre os transeuntes, a politica, foi quem a ocasionou. Claro que teve uma pequena participação, entretanto, não foi a principal causa, temos que ter a consciência disso. Fica mais fácil seguir em frente atribuindo a responsabilidade aos outros, é uma característica humana, buscar desculpas que impossibilitem o nosso próprio crescimento pessoal e profissional porque geram dores e profundas transformações interiores, não gostamos de sofrimentos. O grande aprendizado desse período difícil é a evidente crise educacional tanto nas famílias como nas escolas que não acompanharam os avanços contínuos do mundo capitalista em que vivemos. A principal causa das dificuldades financeiras ou empobrecimentos familiares, não está de fato na economia, ou na política dos governos ou na “ganância” dos ricos, mas nas mentes aprisionadas que trabalham para pagar despesas ao invés de gerarem uma renda crescente que garantam uma vida equilibrada e saudável.

Além dos valores e da ética absolvidas na infância e enraizadas na adolescência, falta uma alfabetização financeira nos primeiros anos de educação e/ou de escolarização. Geralmente, a preocupação dos pais é a segurança e o bem estar dos seus filhos, é natural, é uma questão de sobrevivência humana para garantir um futuro promissor sem grandes dificuldades financeiras. No entanto, a preparação para fornecer um alicerce seguro não obedece a todas as etapas, a preocupação excessiva de como ensinar a ganhar dinheiro contribui para essa deficiência. Na maioria dos lares, o assunto ainda é um tabu, não existem conversas periódicas sobre as finanças pessoais entre os membros familiares, principalmente com as crianças. Os pais apenas concentram-se em trabalharem ainda mais para garantir um bom padrão de vida, sempre buscando aumentar suas rendas, e infelizmente, suas despesas continuam crescendo na mesma proporção ou muitas vezes superam os rendimentos. As discursões relacionadas sobre o assunto surgem apenas quando há necessidade de economizarem ou cortarem gastos para não passarem apertos como no atual momento desfavorável da economia brasileira. Lembro-me de uma frase do palestrante e professor de finanças Gustavo Cerbasi, “o trabalho dignifica o homem, mas uma vida financeiramente planejada dignifica o trabalho”.

Uma das causa desse problema está nos ensinamentos de pais e professores que pouco conhecem sobre finanças pessoais. No período escolar é valorizada a cultura do desenvolvimento das habilidades acadêmicas e profissionais, com certeza de grande importância, todavia, o fato de acreditarem que os alunos serão bem sucedidos por escolherem profissões que pagam bem, contribuem da mesma maneira para os atuais transtornos financeiros existentes, não temos disciplinas de Educação Financeira nos currículos escolares nem tampouco Finanças nas universidades. Ao compreendermos que o dinheiro deve ser tratado como uma mercadoria que serve para facilitar na aquisição de bens e serviços que satisfaçam as necessidades humanas, simplesmente um meio e nunca um fim, estaremos transformando os antigos hábitos destrutivos em novas práticas virtuosas. Além do mais, essa preparação acadêmica tradicional serve meramente para a formação de bons empregados no lugar de excelentes empreendedores.

De fato, o país entrou na era do consumo (ismo) com a estabilidade da moeda brasileira – o plano Real – e desde sua implantação milhões de cidadãos puderam alterar suas posições nas classes sociais, graças ao aumento real do poder de compra. O futuro de uma nação começará pelas crianças, será necessária a implantação de uma nova cultura de poupança e consumo. Deveremos compreender que a renda de hoje é para utilização presente e futura, a educação financeira não é simplesmente para ensinar a poupar, e sim, mostrar como gastar melhor seus ganhos para garantir uma vida equilibrada. Em casa, nas primeiras relações sociais e de consumação, as crianças deverão aprender as noções iniciais de economia que serão aprofundadas nas instituições de ensino. Tudo começará com uma planilha de orçamento familiar que é a mais importante ferramenta financeira que auxiliará nas decisões de compra de toda família que deseje prosperar. Planeje o futuro para viver bem o presente porque a vida realmente é curta e precisa ser desfrutada ao máximo consumindo plenamente os recursos com consciência.

Existe um conceito financeiro que é muito importante ser compreendido o quanto antes e, o qual fará uma profunda diferença nas finanças pessoais, é o entendimento de ativo x passivo. Ao aumentarem suas rendas as pessoas passam a adquirirem um novo passivo acreditando estarem prosperando na vida, por exemplo: financiando um imóvel maior ou um sítio ou casa de praia, um carro mais moderno, enfim, compromete seu novo provento com financiamentos e empréstimos cada vez maiores. A lição que fica é, adquira primeiro um ativo para depois realizar um passivo, invista seu dinheiro, faça-o crescer e com os frutos desse rendimento compre seus sonhos. Encontraremos várias definições de ativo e passivo, no entanto, uma que gosto de citar é de Robert Kiyosaki, autor do livro Pai Rico Pai Pobre, que diz “ativo é tudo aquilo que põe dinheiro no meu bolso e passivo é tudo aquilo que retira dinheiro do meu bolso”. Portanto, entenda que antes de gastar precisa investir o dinheiro, esperar crescer e depois poderá gastar com inteligência garantindo um futuro de grande prosperidade. A tão sonhada independência financeira, viver apenas dos seus rendimentos de investimentos pagando suas contas mensais sem a necessidade de depender do esforço do seu trabalho estará mais próxima do que imagina. Aprenda com a natureza, comece a plantar agora, alimente e cuide hoje e desfrute amanhã.

Educação Financeira é na Landulfo Finanças !!!!

Artigo pulicado na revista Nova Imagem, setembro/2016

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