MEU STATUS FINANCEIRO, PORQUE É TÃO IMPORTANTE?

Já diz o ditado: “quando a corda aperta é melhor desatar o nó”. Tal conhecimento popular vale para quando falamos em finanças pessoais, assunto que grande parte da população brasileira, tendo ou não dinheiro, desconversa, principalmente para não ser comparado ou considerado “mão de vaca ou tio patinhas”. A verdade é que a maior parte das pessoas acredita que ao vir a vontade louca e repentina de adquirir bens e serviços, o importante é comprar e ser feliz. Como pagar, resolve-se depois. Com a facilidade para obtenção de crédito no início da década de 2000, o brasileiro foi às compras com vontade, mesmo que isso significasse o comprometimento da renda e o consequente endividamento pessoal ou familiar, na farra dos cartões de crédito e dos cheques especiais. Bom mesmo era tem vários cartões de diferentes bancos e de diversas bandeiras para mobiliar a casa com toda tecnologia disponível ou comprar o primeiro automóvel. Mas, a economia tem um ciclo e de tempos em tempos, demonstra os seus novos rumos. Por exemplo, que não se lembra da “marolinha” de 2008, proferida pelo então presidente da república, ao se referir a possível chegada da crise internacional ao Brasil. De fato, não sofremos maiores danos e soubemos rapidamente retomar a prosperidade econômica, até que no inicio do ano de 2015, é deflagrado inúmeros escândalos de corrupção no governo, inclusive na Petrobrás, travando a economia tupiniquim, levando o povo a pagar cada vez mais impostos, e consequentemente, sentindo seu poder de compra reduzindo e impedindo a continuidade de novas aquisições domésticas. Diante dessa realidade, “nunca na história desse país” o economês foi tão pronunciado e compreendido pela sociedade brasileira. Mas, o que fazer para se proteger e prosperar diante de uma crise político-econômica que interfere no bolso de todo cidadão? É necessário, primeiramente, compreender a sua capacidade financeira, ou melhor, entender qual é o seu status financeiro para, posteriormente, adequar as suas necessidades e os seus desejos ao seu poder de compra, e assim, evitar o total comprometimento da renda.

 

Como o cenário econômico brasileiro ainda é uma incógnita e para evitar maiores problemas com suas finanças pessoais, está na hora de conhecer sua posição dentro das cinco categorias definidas através do percentual que você compromete da renda a qual recebe para pagamento das despesas mensais e das dívidas (somar todas as parcelas dos cartões, financiamentos, carnês, boletos, empréstimos, enfim, todo o parcelamento existente), e desenvolver ações corretivas para começar uma vida próspera e prazerosa, a tão sonhada qualidade de vida financeira. As definições por perfil financeiro são: o Estável, o Equilibrado, o Comprometido, o Endividado e o Insolvente.

  • O Estável: Essa é com certeza a situação financeira que todos almejam, ter dinheiro sobrando para gastar. O dinheiro feito através do trabalho dar para poupar e realizar investimentos, pagar as despesas mensais e ainda usufruir com alguns supérfluos. Não há necessidade de fazer dívidas porque a compra na maioria das vezes é planejada com antecedência e pagas à vista. A pessoa aguarda sempre o tempo necessário para adquirir o bem ou serviço e não age por impulso, conhece profundamente seu fluxo de caixa.
  • O Equilibrado: Nessa categoria estão os indivíduos que antes de receber seu salário, já possui 30% destinado para pagamento de dívidas. Todas as contas mensais são pagas no vencimento e dificilmente recorre a empréstimos para saldar outras dívidas. Se tiver que comprar a prazo, faz pesquisas e aguarda boas oportunidades para comprar. Não utiliza muitos cartões de crédito e tem seu orçamento familiar na ponta do lápis. Ao poupar no mínimo 10% da sua renda pode com um tempo alcançar o status de estável.
  • O Comprometido: Vive com a corda no pescoço. Antes de receber seu salário, já compromete mais de 30% e pode variar até os 70% com pagamentos de dívidas. As despesas mensais estão sempre apertadas e não vive plenamente, apenas sobrevive para não estourar o orçamento familiar, privando-se de momentos prazerosos e até necessários. Vive angustiado e estressado com receio de surgir alguma emergência familiar e ter que contar com empréstimos, e até mesmo entrar no descontrole financeiro. É necessário cortar as dívidas e reestruturar o orçamento para poupar e investir com sabedoria.
  • O Endividado: Se estava comprometido e não fez esforços para melhorar seu status financeiro, chegará ao endividamento, onde mais de 70% ou sua totalidade será destinada para pagamentos das dividas. A manutenção familiar fica sempre comprometida, geralmente recorre a empréstimos e/ou ajuda de familiares. Não tem qualidade de vida e tem muitos problemas financeiros. O ideal é organizar as finanças, parar de contrair dívidas, conter os impulsos das compras e buscar ajuda profissional.
  • O Insolvente: Nessa última situação financeira o sujeito chegou ao fundo do poço. Suas dívidas são superiores à sua capacidade de pagamento, ou seja, não tem como pagar o que deve e muitas vezes falta até o básico em casa. A pessoa pode de equilibrado passar para insolvente se não tomar uma atitude com suas finanças pessoais. Se alcançar esse nível será necessário procurar um Educador Financeiro e superar essa difícil situação.

Independente do seu status financeiro é recomendável seguir seu orçamento familiar para não contrair dívidas e despesas além da sua capacidade de pagamento. Todos podem e devem buscar o melhor para si e seus familiares, entretanto, sem organização financeira sua vida será uma eterna gangorra, feita de altos e baixos e dificilmente terá tranquilidade para manter ou aumentar seu patrimônio, ou pior, poderá perder tudo. Enfim, busque sempre práticas saudáveis para viver com qualidade de vida financeira, até o próximo encontro pessoal.

 

Edval Landulfo, Economista, Coach e Educador Financeiro

Artigo publicado no jornal Ei, Táxi setembro de 2015

 

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