Quanto cobrar pelo serviço prestado?

Ultimamente tenho visto vários profissionais dos mais diversos segmentos diminuindo os preços cobrados pelos seus serviços para não perderem os seus clientes, seja devido ao mercado mais retraído ou em outros casos pela fortíssima concorrência no setor o qual atuam, principalmente, com a entrada de novos “empreendedores por necessidade”. Dentre essas categorias, a dos taxistas chamou-me a atenção pela acirrada briga com os “motoristas” que prestam serviços de corrida com passageiros através do aplicativo Uber e toda a polêmica frequentemente veiculada pela mídia envolvendo a prestabilidade em todo o país. Vale ressaltar que procurar resolver discordâncias por meio de violência trará mais problemas que solução, isso é fato. Pensando em alternativas, parabenizo a criatividade dos condutores de táxi da capital baiana com a criação do UPPER, na esperança que as melhorias no serviço e os descontos concedidos fidelizem os usuários que buscam qualidade e preço justo.

E o valor cobrado pela prestação dos serviços foi elaborado da forma correta? Até que ponto poderá dar desconto e em que percentual? O sucesso do negócio não dependerá apenas em conhecer o preço do concorrente e/ou prestar um bom atendimento, é necessário ter uma ferramenta contábil para auxiliar nessa elaboração da remuneração da atividade laborativa. É de praxe, conhecer as despesas e os custos envolvidos no exercício da profissão, desde a manutenção preventiva do automóvel a compra de roupas para o trabalho. Os valores calculados servirão de parâmetros para fornecerem uma margem de segurança dos preços que poderão praticar, mantendo a competitividade, sem o deixar entrar no vermelho.

O preço ideal deve garantir o lucro desejado permitindo ainda a manutenção dos antigos e a expansão com novos clientes pelo seu serviço ofertado. Deve-se primeiramente, calcular os custos e as despesas diárias para a realização do trabalho. Por exemplo:

  • Antes de iniciar o trabalho, deve elaborar uma planilha de despesas e receitas para sua atividade profissional;
  • Qual o valor da diária/Semana que um auxiliar deverá pagar ao proprietário do alvará;
  • Qual a média de gastos com combustível (GNV/Gasolina);
  • Quanto gasta com refeições e lanches;
  • Qual o valor das despesas dos “mimos” oferecidos aos clientes;
  • Em médias quantas corridas/horas realizam no dia para ter a renda desejada;
  • Tem custo com telefonia para manutenção dos números;
  • Sendo proprietário: Calcular a depreciação do veículo (pneus, revisões preventivas, etc)

É muito importante entender que o lucro apenas será conhecido após os pagamentos dos custos de operação e das despesas. Além do mais, os clientes reclamam muito pela falta de gentileza ou cordialidade dos condutores do que necessariamente pelo preço das corridas. Portanto, antes de sair concedendo descontos sem o prévio conhecimento das suas finanças empresariais e do impacto que terá sobre o seu lucro, faça uma análise criteriosa para ter certeza que não trocará seis por meia dúzia. Lembre-se: “todo centavo não gasto, é um centavo poupado”. Até o nosso próximo encontro.

Edval Landulfo, Economista, Educador Financeiro e Palestrante

Artigo publicado no jornal Ei, Táxi agosto 2016

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