Rendimentos pós Caderneta de poupança – Investimento no Tesouro Direto

Investir é emprestar o seu dinheiro em troca de rendimentos. Quando falamos em investir lembramos logo da caderneta de poupança. Todavia, existem diversas modalidades de investimentos que oferecem rendimentos acima da poupança e com baixo risco. O tesouro direto é uma delas, e nesse caso, ao comprar os títulos públicos estamos emprestando o nosso dinheiro ao governo, que tem fama de bom pagador, tornando-se o seu credor. Além de financiar a dívida pública, você estará investindo no desenvolvimento do país (infraestrutura, saúde e educação). Os títulos públicos são ativos de renda fixa, é a aplicação mais segura que existe em relação ao risco de crédito, uma vez que são garantidos pelo governo federal. É uma ótima opção para quem quer investir com alta rentabilidade, segurança e liquidez. As aplicações podem ser de curto, médio ou longo prazo, dependendo dos seus objetivos financeiros. Entretanto, é aconselhável o investimento para o médio e o longo prazo, permanecendo com o título até o vencimento dele para garantir todas as condições combinadas no ato da compra com o Tesouro Nacional. Caso seja necessário, é possível ser recomprado pelo governo antes do prazo de resgaste, contudo, o investidor receberá pelo valor de mercado no ato da venda que poderá, na ocasião, está mais alto ou mais baixo.

Para compra desses títulos públicos é necessário se cadastrar em um agente de custódia, instituições financeiras habilitadas (um banco ou uma corretora de valores), através do site do tesouro nacional (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto/) e gerar uma senha eletrônica para operar, comprando títulos do governo direto do seu computador e investindo de acordo com as suas necessidades. É uma modalidade que não vai precisar de muito dinheiro para começar, tem investimento mínimo de R$ 30,00 (trinta reais), sem burocracia, sem intermediários, e o mais interessante, os percentuais dos juros recebidos são os mesmos para quem investe pouco ou muito dinheiro.

As taxas de administração cobradas pela instituição financeira (o ideal são taxas com menos de 0,5 % a.a.) e de custódia (cobrada pela bolsa de valores para guardar os títulos, prestar informações e movimentações de saldo – 0,30% a.a. sobre o valor dos títulos) são baixas, pois o custo de operação é reduzido, o que torna um investimento mais atraente. Há o recolhimento de tributos: o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras, para resgates da aplicação em menos de 30 dias, e o IR – Imposto de Renda, com alíquota regressiva a depender da duração do investimento (varia de 22,5% até 15%, quanto mais tempo ficar investido menor o imposto cobrado). Vale ressaltar que o Imposto de Renda só é cobrado no momento da venda, pagamento de cupom de juros ou vencimento do título. A rentabilidade líquida do Tesouro Nacional (descontada a taxa de administração da instituição financeira e o Imposto de Renda) costuma ser maior do que a poupança e do que muitos fundos de investimentos. Realizar um planejamento cuidadoso para comprar títulos com prazo de vencimento longo (mais de 20 anos) é ideal, como alternativa, para fazer uma carteira de previdência privada pelo tesouro direto, recebendo, por exemplo, de 5% a 6% a.a. mais inflação (IPCA) do período.

Existem dois tipos de títulos no tesouro direto: os prefixados que são aqueles em que os juros são determinados no momento da compra desde que o investidor permaneça com eles até uma data previamente definida e os pós-fixados em que o investidor tem a opção de no momento do investimento indexar a aplicação a um índice (taxa Selic ou índice de inflação – IPCA), no qual somente saberá o rendimento através dos juros no momento do resgate. A taxa Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia é a taxa básica do Banco Central, ou seja, uma taxa referencial do mercado formada por operações diárias do banco com o mercado financeiro. É também a taxa que remunera as aplicações dos títulos do tesouro nacional. O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, indicador usado pelo Governo Federal para fixar as metas de inflação.

Para escolha dos títulos ofertados pelo Tesouro Direto será necessário identificar as características mais compatíveis com o seu perfil. Mas os detalhes sobre a famosa “sopa de letrinhas” será o tema da nossa próxima conversa.

O importante, caro leitor, é entender o sistema financeiro para tomar decisões coerentes com suas necessidades, melhorar sua capacidade de entendimento do mercado ampliando sua educação financeira para enriquecer, realizar seus sonhos ou garantir uma vida tranquila após a aposentadoria. Até o próximo artigo.

 

Edval Landulfo, Economista, Coach e Educador Financeiro

Artigo publicado no jornal Ei, Táxi fevereiro 2015

 

 

 

 

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